sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Calcanhar




á doeu-me antes!

E como, Sire!
Uma dor distante...
- Pode-se medir espaço dolor? –
Uma dor gostosa de se sentir
Sire! Meu doce Sire!
És um caminho maior que o mar.
És uma estrada mais aprazível de se andar.
És o vôo mais rasante a se dar.
O mergulho mais profundo.
O sorriso mais buscado.
- Que sorriso, Sire! –
Ouso atentar-te...
E vejas!
Há muito tempo que tento mover-me.
Não existem movimentos singulares, exceto até conhece-los.
Há tempos tento viver.
Esta vida, melhor a que tenho – só a mim se percebe.
Há tempos tento ser.
E me perco nas minhas interrogações.
Mas, já doeu-me antes, Sire!
Pior de todas as “aleas”.
Prende-me o andar.
Susta-me o direito de, qual sonâmbulo, sonhar um caminho veloz.
Acorda-me ante o sonho.
Adormece-me ao pesadelo.
O calcanhar.
Entendo-o!
Afinal, de todas as tuas benesses, duas me remetem a ele.
O calcanhar.
E dói, Sire.
Meu doce Sire, ele dói!


Zu ewigkeit!

Henry H. McDowell

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